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Vereadores debatem pedidos de prorrogação de prazo do executivo

Discussões acirradas marcaram a reunião ordinária da Câmara Municipal de Teresópolis realizada na terça-feira, 21 de julho. Tudo provocado por ofícios do Executivo solicitando prorrogação de prazos para responder pedidos de informações encaminhados pelos vereadores. A oposição e a base do governo tiveram embate no campo das ideias e os discursos subiram de tom. No final, prevaleceu a vontade da maioria e boa parte das solicitações do governo acabou derrubada pelo plenário.

As discussões começaram já na leitura das correspondências, quando chegaram os pedidos do Executivo. O primeiro foi encaminhado para a vereadora Doutora Claudia (PP) que questionou, através da Comissão de Saúde, a quantidade de leitos clínicos e de leitos de UTI SUS destinados à pacientes da Covid-19, assim como valores pagos e quantidade de testes realizados em servidores municipais que atuam na linha de frente.

Requerimento de autoria do vereador Maurício Lopes (DEM) gerou novo debate por conta de outro pedido de prorrogação de prazo.  De acordo com o vereador, o prazo ainda estaria longe de vencer, e mesmo assim o governo solicitou, além dos trinta dias iniciais, mais quinze para responder. Maurício Lopes sugeriu consulta ao plenário para impedir a ampliação para 45 dias. Votaram a favor da prorrogação os vereadores Tenente Jaime (PSC), Dudu do Resgate (Solidariedade), Dedê Reis (Republicanos) e Ronny Carreiro (Pros), que compõem a base do governo. Votaram contra os vereadores Maurício Lopes, Doutora Claudia, Da Ponte (PSDB) e Pedro Gil (Patriotas). O presidente da Mesa, Leonardo Vasconcellos (DC) deu o voto de minerva contra a ampliação do prazo.

Após nova discussão e pedido de recontagem, que provocou votação nominal para sanar dúvidas, Maurício Lopes pediu a palavra e disse ter a sensação de que o prefeito Vinícius Claussen quer impedir a prerrogativa do Legislativo de fiscalizar o governo. Seu requerimento pede esclarecimentos sobre relatórios de exercícios financeiros que teriam sido publicados sem as assinaturas dos responsáveis. “Uma informação que poderia ser dada em duas ou três linhas”, sugeriu Lopes, que ainda criticou a qualidade das informações que são publicadas no portal da transparência da prefeitura. “Se fosse bom, eu não precisaria pedir informações. Querem esconder coisas debaixo do tapete”, denunciou.

Sobre o debate acalorado, Da Ponte disse que interessa ao governo que haja conflito entre os vereadores. “Estamos aqui para defender o povo, e não os interesses do prefeito”, alertou.

Dedê Reis esclareceu seu voto. “Dizem que sou situação, então votei com o governo. Mas concordo que esse documento não deveria vir para esta Casa antes do prazo correto”. A fala foi acompanhada por Ronny e Dudu do Resgate.

Maurício Lopes também questionou outra solicitação de prorrogação, utilizando os mesmos argumentos do requerimento anterior. Ele quis saber sobre uma possível atuação da Procuradoria Municipal na defesa de processo pessoal do prefeito. O pedido do governo veio muito antes do prazo vencer. Dedê Reis solicitou suspensão da reunião para que os vereadores de apoio ao prefeito se reunissem no salão azul. A conversa foi rápida e a reunião foi retomada poucos minutos depois. Desta vez, todos os vereadores, incluindo os governistas, votaram contra a prorrogação do prazo. Segundo Maurício Lopes, o apoio da base foi ‘pedagógico’ para o prefeito.

LIDERANÇAS

Nas falas das lideranças, Doutora Cláudia questionou as informações prestadas pela prefeitura nos relatórios do avanço da Covid. “Disseram que têm 30 leitos clínicos ocupados e dez livres; Ainda 22 leitos de UTI ocupados e seis livres. Se têm seis leitos livres, por que tem um paciente agora que está desde cedo na UPA aguardando vaga? Tem explicação? Família diz que ele está piorando. Se tem vaga, tem que internar”.

Ronny Carreiro falou sobre a importância da conscientização da população para o uso de máscaras e manutenção do distanciamento. “Respiradores ainda não estão funcionando. Não tem vaga nos hospitais”.

Dedê Reis ressaltou sua confiança nos serviços públicos de saúde. Lembrou que esteve seis dias internado na UPA e também passou pelo HCT.

Jaime Medeiros teceu elogios aos profissionais que seguem na linha de frente no combate ao Coronavírus, destacando as equipes do HCT, HSJ, Beneficência Portuguesa e UPA. Denunciou ainda que falta álcool em gel para clientes que frequentam as agências bancárias.

Maurício Lopes denunciou a realização de grandes eventos turísticos em hotéis nesse período de pandemia.

Leonardo Vasconcellos destrinchou a entrada de recursos federais para a Saúde municipal. “De janeiro a julho de 2019 entraram R$ 35 milhões para a prefeitura garantir a manutenção da Saúde. Esse ano, de janeiro até agora, chegaram R$ 37 milhões para pagar médicos, enfermeiros, combustível, medicamentos e insumos. Chegaram outros R$ 21 milhões para a Covid. Somando tudo dá R$ 58 milhões. Onde gastaram? Não se vê um lavatório público, uma divulgação sobre a importância de ficar em casa, isso tudo é atenção básica”.

Dudu do Resgate pediu à liderança do Governo que providencie respostas sobre as moções e indicações encaminhadas pelos vereadores à prefeitura. Ele diz que há outras pessoas levando crédito pelas solicitações dos parlamentares.

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