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Privatização da CEDAE é tema de debate na Câmara

A sessão ordinária desta quinta-feira, 15 de junho, após o feriadão de Corpus Christi e Santo Antônio teve como tema principal de debate a possível privação dos serviços de água em Teresópolis, hoje realizados pela CEDAE.

O presidente da Casa Legislativa, Leonardo Vasconcellos, comentou sobre o assunto: “Isso não tem como acabar bem. Eu não reconheço essa audiência pública, por isso, entrei na justiça contra ela porque eu não acredito que isso seja verdadeiro e legítimo. A Câmara vem lutando há muito tempo contra esse movimento e o assunto tem sido notícia no estado todo. Muitas cidades seguem nosso espelho e, por isso, ainda não entregaram o serviço de água e esgoto à iniciativa privada. A data já está marcada: 31 de julho. É a data em que pretendem fazer esse leilão. Eu rogo a Deus e à justiça, que está trabalhando, para que o direito da população através do poder legislativo seja preservado”.

O presidente concluiu: “Temos que respeitar os poderes: legislativo, executivo e judiciário. Não se pode atropelar uma matéria que deveria ser apreciada aqui nesta casa para que seja resolvida como tem sido feito.”

Marcos Rangel também se posicionou: “Nesse feriado que o prefeito criou, ele se aproveitou para, na quarta-feira que antecedeu o recesso, publicar a autorização para o processo de licitação da outorga da água. E, na segunda-feira, que era ponto facultativo, ele deu início a tudo isso. A gente sabe que, onde foi feita a privatização da água, teve problema. Então, há muitos anos essa Casa briga para que as coisas não sejam feitas de forma a prejudicar a população”.

Diego Barbosa lembrou dos impactos de uma possível privatização para os agricultores: “Essa questão da água nos causa muita preocupação, especialmente, em como isso vai afetar o interior do município. A agricultura familiar, que é a força que move nossa cidade, não pode ser ainda mais prejudicada. Não podemos entregar um ‘cheque em branco’ para que as pessoas mais vulnerabilizadas não sofram”.

“Essa outorga vai representar um verdadeiro roubo à população pelas empresas mais ricas que existem. Não existe projeto. Mandaram pra cá duas ou três folhas e disseram que era projeto. A prefeitura só quer dinheiro e a população acaba pagando essa conta”, enfatizou Dr. Raimundo Amorim.

A vereadora Márcia Valentim também contribuiu para o debate: “Queria entender essa pressa do prefeito em vender a CEDAE, porque essa é a palavra correta: venda. Colocando nas mãos de uma empresa privada a gestão de um bem público. Várias vezes os vereadores se posicionaram ao longo da história para evitar a venda da água em nosso município. Não é justo que os moradores tenham suas contas oneradas. Muitas cidades sofrem os danos da privatização da água. Por isso, hoje eu me posiciono contra”.

Luciano Santos apresentou informações sobre cidades que já passaram pelo processo de privatização: “Já estive em vários municípios em que a conta de água é aumentada após a privatização. Eu não tenho coragem de votar a favor dessa privatização e depois ter que dar conta disso para as pessoas com as quais convivo em comunidades e nas ruas, de forma geral. Pessoas que ganham salário mínimo vão pagar contas de água absurdas. Esse não é o legado que eu quero deixar”.

Dudu do Resgate concluiu o debate dizendo: “Fui funcionário da CEDAE por 10 anos. A CEDAE sempre esteve disponível em nossa cidade. Eu vou sair do meu mandato de cabeça erguida e não vou ser apontado na rua por ter vendido a CEDAE”. 

Sessões plenárias

As sessões plenárias acontecem sempre às terças e quintas-feira, às 19h. 

Para conferir na íntegra essa sessão, clique aqui.

Você pode acompanhar as transmissões ao vivo pela TV Câmara, através do YouTube e Facebook oficiais da Câmara Municipal de Teresópolis. 

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